A REALIDADE DO POETA

Talvez, se eu parasse de escrever,

Alguém iria perceber

Toda a validade da cultura que tenho.

Talvez, se eu não escrevesse,

Alguém tocasse em mim,

Admirasse o festim,

De escritos nas estrelas

que poetas sem valor

Fizeram com amor

E são gloriosos por isso...

Talvez, como venho colocando,

A grande alegria do poeta

Se dá após a sua morte,

Pois é a partir daí

Que ele vive na memória do povo.

Morrer de escrever,

O poeta morre,

Pois nenhum vive da poesia,

Já que ela só é vivida

Após a morte de seu autor.

Poeta vivo não presta,

Poeta morto é o que resta

Para uma sociedade

Que não admite poetas.

Essa poesia está publicada na página 11 do meu livro: "REFÚGIO" EDITADO PELA EDITORA JOÃO SCORTECCI EM 1992.

NA VERDADE É UMA FORMA DE DESABAFO QUE FIZ NOS ANOS 1990. MAS ESTAMOS EM 2014 ELE CONTINUA PRECISANDO SER FEITO POR NÓS POETAS VIVOS NUMA SOCIEDADE MORTA. QUANDO AFIRMO POETAS VIVOS NUMA SOCIEDADE MORTA, QUERO ME REFERI AOS POETAS QUE DÃO SUAS VIDAS EM DEDICAÇÃO À POESIA E A SOCIEDADE "HIPÓCRITA" NÃO DÁ A MÍNIMA PARA ESSE BELO TRABALHO. A SOCIEDADE HIPÓCRITA PREFERE "VALORIZAR" APENAS QUE É JOGADO NA GRANDE MÍDIA NACIONAL E INTERNACIONAL. AQUILO QUE REALMENTE DEMONSTRA COMPROMISSO COM A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE COMO UM TODO, NÃO TEM ESPAÇO NA MÍDIA E MUITO MENOS NA SOCIEDADE "HIPÓCRITA". SÓ A SOCIEDADE "LIMPA DE HIPOCRISIA" VALORIZA O QUE É FEITO COM ESMERO, SERIEDADE, SINCERIDADE, COMPROMISSO SOCIAL-AMBIENTAL-ÉTICO-ESTÉTICO, ETC. ENFIM, ESTAMOS AÍ DESAFIANDO A TUDO E TODOS PARA TRABALHARMOS JUNTOS NUMA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR. A POESIA É NOSSA GRANDE A(R)LMA NESSA LUTA CONSTANTE!

ABRAÇOS A TODOS!

AIRES JOSÉ PEREIRA

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 14/02/2014
Reeditado em 21/02/2015
Código do texto: T4690805
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