O tempo que passa
Céu pálido, nuvens ostradas
horas intensas e aveludadas
correm horrorosas
devagar quase parando.
Metamorfose.
Céus! O calor demonstra
uma quantidade de insatisfação
em se aventurar
por peles que suam
e negam a estação.
O tempo que passa
chega perto em instantes
o suficiente pelas horas
gostosas para uns e
desgostosas para outros.
Bocas que falam besteiras
Corpos que agem sem dó
Pés que rejeitam a estrada
Vozes que não tem nós.
Tempos que se esbaldam de espaço
no calor de abraços incansáveis
um beijo de luz acende o recinto
desencontros com as noites
e dias bem bonitos
E saudáveis.
Nós. Eu. Ele. Ela. Somos.
No caminho das incertezas
que plantam os pensamentos
de simples enganos.
Acordar cedo para correr
por caminhos que horas passam.
Ninguém anota os segundos
que nadam e nadam sem notar.
Quem vai notar o tempo?
Quem vai sentar e o olhar o vento?
Quem vai pedir alguém em casamento?
Quem vai sorrir ao invés de chorar?
Descalças são as mentes
que trabalham qualquer hora
se sentem livres de qualquer apego
vão e voltam, chegam e vão embora.
Sentimentos vão esvaindo aos poucos
ninguém consegue prender
o que é intangível.
O tempo que passa
leva as nuvens ostradas
O céu pálido
O calor
O sabor
O sentir
O que fica?
Lembranças?
Quem sabe.