O tempo que passa

Céu pálido, nuvens ostradas

horas intensas e aveludadas

correm horrorosas

devagar quase parando.

Metamorfose.

Céus! O calor demonstra

uma quantidade de insatisfação

em se aventurar

por peles que suam

e negam a estação.

O tempo que passa

chega perto em instantes

o suficiente pelas horas

gostosas para uns e

desgostosas para outros.

Bocas que falam besteiras

Corpos que agem sem dó

Pés que rejeitam a estrada

Vozes que não tem nós.

Tempos que se esbaldam de espaço

no calor de abraços incansáveis

um beijo de luz acende o recinto

desencontros com as noites

e dias bem bonitos

E saudáveis.

Nós. Eu. Ele. Ela. Somos.

No caminho das incertezas

que plantam os pensamentos

de simples enganos.

Acordar cedo para correr

por caminhos que horas passam.

Ninguém anota os segundos

que nadam e nadam sem notar.

Quem vai notar o tempo?

Quem vai sentar e o olhar o vento?

Quem vai pedir alguém em casamento?

Quem vai sorrir ao invés de chorar?

Descalças são as mentes

que trabalham qualquer hora

se sentem livres de qualquer apego

vão e voltam, chegam e vão embora.

Sentimentos vão esvaindo aos poucos

ninguém consegue prender

o que é intangível.

O tempo que passa

leva as nuvens ostradas

O céu pálido

O calor

O sabor

O sentir

O que fica?

Lembranças?

Quem sabe.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 12/02/2014
Reeditado em 12/02/2014
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