METRÓPOLES

Vejo esses viadutos de concreto se atravessando.

Entrelaçando, parecem braços longos abraçando a cidade.

Vejo os veículos que vão seguindo, seguindo, seguindo...

Se atravessando em várias direções, e os transeuntes,

Que também vai indo, vindo, e vão seguindo, seguindo...

Também se atravessando se engarrafando seres humanos.

Se esbarrando, roçando uns nos outros, e seguindo.

Sem se descobrirem, sem se perceberem, e há sinal,

Vermelho, nesses caminhos, e o sinal verde é esse festim!

Seres humanos andam velozes, e vão apenas seguindo...

Seguindo, e os carros também vão velozes, e vai seguindo...

Seguindo..., buzinando, nesse vai-e-vem ametódico.

Parece um balé, mal ensaiado, carros e corpos se engarrafando.

Homens e máquinas, disputando mesmos espaços, e as sirenes,

Ficam gritando, nas ambulâncias, e nos carros dos homens.

Até parece, que essa sociedade pede socorro!

E as trombetas, ficam apitando, gritando, gritando, apitando.

Gritando, e mais parecem choros de uma sociedade.

Albérico Silva.