"ENTRE QUATRO PAREDES"
Estou entre as quatro paredes...
Não ouso esconder o meu pranto.
Quero prolongar a minha sede;
Não bebo, não falo, não canto...
Sou o mentor do meu profano;
Não vejo, não rio; sou espanto...
Acabo de possuir o teu encanto;
Sagrado, leviano, aceso; humano.
Nas paredes brancas me afoito,
Embriagado e enrolado num oito.
Sou a imaculada prisão do branco;
Leve, informal e inimiga do mal...
Entre o chão e o teto, me revejo;
Nesse cubo branco e oco; perfeito.
O alimento entre as quatro paredes,
São palavras que escapam das redes
E ampliam o bater do meu peito...