"ENTRE QUATRO PAREDES"

Estou entre as quatro paredes...

Não ouso esconder o meu pranto.

Quero prolongar a minha sede;

Não bebo, não falo, não canto...

Sou o mentor do meu profano;

Não vejo, não rio; sou espanto...

Acabo de possuir o teu encanto;

Sagrado, leviano, aceso; humano.

Nas paredes brancas me afoito,

Embriagado e enrolado num oito.

Sou a imaculada prisão do branco;

Leve, informal e inimiga do mal...

Entre o chão e o teto, me revejo;

Nesse cubo branco e oco; perfeito.

O alimento entre as quatro paredes,

São palavras que escapam das redes

E ampliam o bater do meu peito...

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 31/01/2014
Código do texto: T4673083
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