DESALINHO

Sou degredo no verso
O segredo do vazio
Sequela do tempo
Curvada em lamento

A pedra do caminho
O silêncio torturado
Um espinho cravado
Em entranhas arraigado

Sou porto sem pouso
Alma em labirinto
Lágrima em silêncio
A soma do que restou

Sou flâmula sem brilho
A promessa negada
Fragmento do verso
Solidão adormecida

Sou sonho abortado
Vida em desalinho
Um rabisco traçado
Na pauta da folha em vão