O homem da Lua

Crescera com pescoço esticado e cabeça inclinada,

de tanto admirar a sua paixão

Nunca deixou de vê-la um só momento

E quando não a tinha em seus olhos, chorava.

E chorava de dor e de saudades,

Contava o tempo para que logo passasse.

Com mais idade e muita experiência,

tornou-se um homem da ciência.

Construiu com tanta perfeição

Cada peça, cada fio, cada botão...

“Vem, vem meu homenzinho

Com essa máquina de voar

Vem, sai deste teu ninho

Vem, vem logo para cá.”

E saiu e saltou, longe, foi alto, tantos andares.

Não tão alto, não tão longe...

A escuridão brilhante não conseguiu alcançar.

Ficou triste um momento, engoliu sua vontade...

Em si mesmo e no invento, em tudo do seu olhar.

É inverno outra vez e nosso homem a pleitear.

Novo corpo, nova máquina,

mas a velha e grande ambição:

Rasga os céus, o manto da mãe

E em sua amada pousar.

“Vem, vem meu homenzinho

Com essa máquina de voar

Vem, sai deste teu ninho

Vem, vem logo para cá.”

Um grande amor difícil de se vê;

uma amada com tantas fases;

E um lugar só para viver;

Um irmão tão grandalhão

separados pelas horas,

sempre forte sempre quente,

mas ele não vai atrapalha-los agora.

Ela era minguante quando ele chegou

Em uma fria noite de amor.

Foi tão linda a recepção,

mil beijos e mil abraços no chão.

Em fim o homenzinho podia descansar

Ele era um menininho quando a ideia veio plantar

Tinha tudo o que desejara

Tinha a dona de seu coração

Mais ninguém ao seu redor,

Sem barulho e sem canção...

Sem barulho e sem canção!

Sem barulho e sem canção?

Olhou para baixo e viu o mundo

Seu cantinho sua nação.

Percebeu que agora era só os dois

Sem amigos sem farra nem diversão

No espaço para sempre com aquela

Que prendera seu coração.

“Que saudades da minha terra!

Que saudades da minha gente!”

Sentiu seu peito a apertar

Ouvia vozes de lá de baixo

Cantando, a lhe chamar:

“Vem, vem meu homenzinho

Com essa máquina de voar

Vem, vem pro teu ninho

Vem, vem logo, vem para cá.”

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 28/01/2014
Código do texto: T4667533
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