MEUS HERÓIS MORRERAM DE OVERDOSE
Eu não vim pra falar da reles droga
Que campeia o sonho adolescente
Nem da dor quando à sarjeta joga
A escória humana de minha gente
Nem também sobre Janis ou Elis
Nem de Hendrix ou Amy a infeliz
Amo Elvis e de Cássia eu era fã
Todos deram ao vício o amanhã
A overdose que abordo é a insana
Que permeia a natureza humana
Que aflora de modo inconsequente
E de tempos em tempos é presente
Violência que ceifou um Conselheiro
Transformando o estio num braseiro
Quis com exercito terracota fanático
De uma pátria sertã ser rei lunático
Overdose de ódios loucos inclementes
Assassina vil das consciências ao lume
Algoz escrava da segregação de mentes
Luther King imolado só pelo negrume
A ira fundo-impregnada em corações
Que calou um grande líder pacifista
Da Índia arrastou famintas multidões
Voz de Gandhi e a nobre causa altruísta
Mas entre tantos heróis que hoje aqui cito
Há só um que vencedor de todo o ódio
É a razão pra reinar no mais alto pódio
Incansável em mostrar seu amor infinito
Um rei andarilho com grande majestade
Que converte milhões e até hoje conquista
Não há por mais frio coração que resista
À sua palavra que é espada da verdade
Enviado pra confirmar o antigo projeto
Do Pai que criou vida e o mundo inteiro
À cruz levado pelo mesmo ódio abjeto
No único sacrifício válido e verdadeiro