PINTANDO O UNIVERSO
PINTANDO O UNIVERSO
Breves lapsos de sono
Não foram suficientes para me tranquilizar
Às vezes acordo á noite
Angustiado, sem poder dormir mais
Triste sem saber do por que
Da causa desse sofrimento
Se durmo, tenho pesadelos
Se acordo, logo me deito
Já nem sei mais o que é sonho e o que é realidade
Abro a porta
Minha casa flutua no espaço
Tal como Dorothy foi levada pela força do vento
Sinto uma dor em meu peito
Como uma lâmina me abrindo por inteiro
Melhor fechar os olhos
Não quero saber de nebulosas, estrelas e planetas.
Quero somente nuvens tranquilas
Uma bebida quase divina
Descansar eternamente ao som da harpa
Quero, quero, queria
Não quero mais
Rapidamente mudei de ideia
Abri os olhos
Melhor aceitar as coisas tal como elas são
Dar um fim a essa solidão
Vou pular no abismo e me tornar poeira cósmica
Tudo é feito de poeira mesmo
Minha estrela já explodiu não sei quanto tempo
Pensar assim não me ajuda em nada
Não acaba com minhas dúvidas
Somente dissolve minhas certezas
Vou entrar por um momento
Pegar o pincel e uma sacola de tinta
E pintar o universo inteiro
Pintar o sol de azul
A terra de vermelho
Criar buracos negros entre as galáxias
Pintar seres vivos em algum planeta longínquo
Tudo isso é possível
Ou não é possível?
Quem disse que não?
O que é, é
Ouvi dizer
Essa racionalidade me cansa
Quero começar a pintar