PINTANDO O UNIVERSO

PINTANDO O UNIVERSO

Breves lapsos de sono

Não foram suficientes para me tranquilizar

Às vezes acordo á noite

Angustiado, sem poder dormir mais

Triste sem saber do por que

Da causa desse sofrimento

Se durmo, tenho pesadelos

Se acordo, logo me deito

Já nem sei mais o que é sonho e o que é realidade

Abro a porta

Minha casa flutua no espaço

Tal como Dorothy foi levada pela força do vento

Sinto uma dor em meu peito

Como uma lâmina me abrindo por inteiro

Melhor fechar os olhos

Não quero saber de nebulosas, estrelas e planetas.

Quero somente nuvens tranquilas

Uma bebida quase divina

Descansar eternamente ao som da harpa

Quero, quero, queria

Não quero mais

Rapidamente mudei de ideia

Abri os olhos

Melhor aceitar as coisas tal como elas são

Dar um fim a essa solidão

Vou pular no abismo e me tornar poeira cósmica

Tudo é feito de poeira mesmo

Minha estrela já explodiu não sei quanto tempo

Pensar assim não me ajuda em nada

Não acaba com minhas dúvidas

Somente dissolve minhas certezas

Vou entrar por um momento

Pegar o pincel e uma sacola de tinta

E pintar o universo inteiro

Pintar o sol de azul

A terra de vermelho

Criar buracos negros entre as galáxias

Pintar seres vivos em algum planeta longínquo

Tudo isso é possível

Ou não é possível?

Quem disse que não?

O que é, é

Ouvi dizer

Essa racionalidade me cansa

Quero começar a pintar

Douglas Almeida
Enviado por Douglas Almeida em 25/01/2014
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