POEMA INÚTIL

Para que repetir o que foi dito!

Se não por mim, por outro.

Não faz sentido aprisionar

Sentimentos em palavras

Que mal se sustentam na carne

Dissolvem-se e somem

Entre dores e felicidades

Distorcidos em resquícios

De frágeis e inconformadas memórias

Que corrói o cérebro

E ficam empoeiradas em papéis

Sem serventia nenhuma

Desperdício literário...

É sempre mais prudente

Não falar do que se sente

Já que é inteiramente intransferível.

Como ensinar o que não se aprende!

Transitório, indomável, indurável.

Para que aprisionar nas palavras

O que é impreservável em vida

Que extinguir-se em morte?

Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 23/01/2014
Reeditado em 24/01/2014
Código do texto: T4662219
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