Quando não cresci

Olha a pressa no mundo

a velocidade na estrada...

As coisas ficam à beira

os detalhes se perdem na poeira

Nas ruas do bairro

nas feiras, se há

é sempre um retorno

de um tempo de haver sardinha

e fruto a cento

E o centro do mundo:

o umbigo de um menino

que é só brincadeira

que foge da escola

e corre vadio pro encontro com a bola

Enquanto o resto do mundo acelera, cresce

e é trabalho

o menino é soldado de chumbo

é bola de gude

é finca de ponta afiada

e talha desenhos na terra

à beira daquela estrada

onde nem repara que o mundo

passa com pressa

NOTA: período 2002-2008

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 23/01/2014
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4660921
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