Quando não cresci
Olha a pressa no mundo
a velocidade na estrada...
As coisas ficam à beira
os detalhes se perdem na poeira
Nas ruas do bairro
nas feiras, se há
é sempre um retorno
de um tempo de haver sardinha
e fruto a cento
E o centro do mundo:
o umbigo de um menino
que é só brincadeira
que foge da escola
e corre vadio pro encontro com a bola
Enquanto o resto do mundo acelera, cresce
e é trabalho
o menino é soldado de chumbo
é bola de gude
é finca de ponta afiada
e talha desenhos na terra
à beira daquela estrada
onde nem repara que o mundo
passa com pressa
NOTA: período 2002-2008