INTRIGA
INTRIGA
Um moço jovem enamorou-se por uma moça tão jovem como ele.
Ambos viveram de sua juventude os sonhos desejados.
Algum tempo depois, o colorido era preto e branco.
As rugas nasceram em cada canto das duas faces amigas.
O mel se tornou em intriga.
O pranto uma avenida larga.
O encanto um choro queixoso de tudo.
Onde está o bem para que um alívio me traga?
Ensinaram-me que dura até a sepultura essa tortura!
A roda gira o mundo, o mundo arrasta seu povo.
As horas são implacáveis, contudo, uma eterna sabedoria.
Quem sabe um pouco mais de paciência despertasse a ciência do querer para sempre?
A mocidade é pedra rolando a ladeira.
Toda faceira até a hora derradeira.
Uma mulher sozinha em uma cadeira conta uma história a sua amiga:
“Nada quis, nem tentei, portanto, não tive intrigas; Fiquei aqui até as cãs chegarem”.
Engano, sim, esse é o engano da solteira.
A primavera e o verão ardente são estações do mesmo ano.
Tudo a humana criatura sente, deseja, sonha.
Arriscar é preciso!
Viver é um imperativo!
O medo foge quando a paixão chega.
O amor é um bem conquistado, ou um dom por alguém dado.
Nem demais, nem de menos!
Põe sal no teu feijão, cominho, e coentro;
Só não ponhas o cimento; ele é o maldito ciúme, ou o ódio que te trará má sorte.
Ele petrifica a vida e só causa intriga...