Voz das Multidões

Belém, 19 de janeiro de 2014.

Que coisa esquisita tal qual uma corujinha

Encolhe-se de todos, será que rosto tinha?

Esconde opinião, pois é nula sua certeza

Demonstra timidez em meio à tanta brabeza

Vaia matemática que não possui a lógica

Duvida a história do vencedor a ótica

Omite de vestir da justiça a capa de herói

Pra debaixo da cama uma vergonha que dói

Quem tu és agora que aparece em meio a tanta desventura?

Desventura

Tapava a boca e agora fala frases bonitas de bravura

Bravura

Voz das multidões que empurra a nossa inércia gente

Que vermelha pálidos e acorda os indigentes

Ó voz das multidões de onde tiraste este jeito tão valente?

Foge pro banheiro pra turma não ver orar

Corre do namoro receio de não agradar

Que coisa mais feia pensa de si diminutivo

Fosse mundo um chão tatu seria mais ativo

É aquela a pessoa que antes tremia da sombra de uma rosa?

Medrosa

Cabeça era baixa e hoje a levanta como a planta mais viçosa

Garbosa

Voz das multidões que em frente a todos nós inspira

Mesmo os inimigos aceitam aquilo que os admira

Voz das multidões que nasce todo dia e assim a terra gira.