Que ser vagabundo, eu sou!
Quem sou eu?
Sou mambembe, vagabunda,
Gosto de andar à margem sempre,
Para de fora olhar.
Sou mambembe, vagabunda,
Caminho na vida,
...passeando dentro e voltando sempre à margem...
Para caminhar ao lado e, de fora, poder olhar (melhor).
Sou mambembe, vagabunda,
Gosto de andar à margem sempre,
Para de fora olhar.
Pois que a imersão constante,
Pode sempre contaminar.
Sou mambembe, vagabunda,
Gosto de andar à margem sempre,
Para de fora olhar.
É uma geografia confortável,
De uma estética bonita,
Sem as deformações conservadoras.
É uma ética aprazível,
De uma honesta posição,
De respeito a si e a todos.
Sem corromper ou ser corrompido.
Sou mambembe, vagabunda,
Gosto de andar à margem sempre,
Para de fora olhar.
Sou mambembe, vagabunda,
Gosto de andar à margem, para de fora olhar.
Por isso não ganhei dinheiro,
Mas, entre o dinheiro e o olhar
...sem ser marcadamente voyeur...
Fico com o olhar.
De fora posso rir e me regogizar...
E, de dentro o que posso fazer?