Um (novo) Cheiro de Café
Quão despretensioso estava, apenas por estar
À disposição das fadigas
De todas, que bem o diga
Tudo era tão velho
Tudo era passado
O que me arrastava pela noite
O que me restava
O que teimava em não me despertar
Aporta-me o amanhecer
Um novo dia (qualquer)
Talvez mera extensão de outro
Sem tristezas, sem alegrias, ainda
Algo que agora se inicia, ou finda
Acaricio a pele dessa manhã
Desejo, incenso
Que me ensaia e tempera
Que me carrega pela mão
Que me diz todos os sins
E todos os nãos
Seja como for
Não há como resistir
Vou me entregar
Meu café fuma no coador
Sinto os seus cheiros
Tudo que somente restava
Já me é tão novo