OLHAR
Tangente reta da vida
Que direciona a algum lugar
Entre vidraças que se espelham na razão do viver
De segmentos às vezes contraditórios que interceptam o caminhar
Trazendo a tona o que se queria buscar
Em algum vilarejo que se desnuda com o tempo
Sentindo o vento soprar e as folhas caírem ao chão
Se perdendo no redemoinho da ilusão
Ficando a se desfolhar sem nenhuma razão
Perdendo os sonhos construídos com tanta devoção
Que foram interceptados por algum vilão
Quem sabe do querer
Da inveja
Da riqueza
Da sabedoria
Do prazer
Sem nunca contradizer a lisura do teu caminhar...
Margarida Cabral