Senhora Lágrima
Pelo leito dos rios
A noite ainda não caiu,
Mas um leve bordado
Já enfeita o céu, o teor
Desta letra sem letras,
Do abecedário, do silêncio em melodias!
Fábula para alguns,
Musa e poetisa do poeta escrevedor,
Da vida, da morte, do amor
Em tons e múltitons prosaicos,
Um acorde nos bemol’s,
No perfume da cânfora macia!
Leve como deve ser a pluma,
Sou o perdão do pecado,
O pecado do perdão quando insinuado,
Instigado ao beijo ou a saudade,
Pela tristeza, pelo insano sorrir,
Sou menina, senhora, sou mulher!
Meu porto seguro a alma,
Um coração em fatias
Ou um âmago de paixão,
Não tenho cor, só sabor, sou uma lente côncava,
Na luz sou prisma, princesa, amiga,
Sem hesitar, sou a lágrima de chorar
De todo e qualquer sentir!
15/01/2014
Porto Alegre - RS