MÁRANHÃO
MÁRANHÃO
Carnificina menina
Lá no Maranhão
Da tia Roseane
Que não anda de ônibus
Mas prega a mobilidade
Que não come galinha crua
Nem caviar na rua
Presa no palácio
Coberta de “pedrinhas” preciosas
Que é contra a riqueza
Uma incoerência coerente
Que gera violência e mata gente
E que a virulência
É coisa da imprensa
Que assassina camarão
Que mata lagosta
E manda pro céu
A pobre menina rica
Que no ônibus
Morre
Para deixar o inferno
E entrar no reino dos céus
Cercada de anjos
Livre dos Luíses
Dos brioches
Dos broches e comendas
Que enfeitam as lapelas
Dos que dominam
As capitanias hereditárias
Do gigante adormecido
Em berço esplêndido