MEU EU LADRÃO
Sou eu o ladrão de mim;
Todo dia eu me assalto,
A minha arma é de festim
Mas vivo de mãos ao alto.
Ao banco eu sigo refém;
Meu bandido determina,
Saca um pacote de cem
E gasta olhando vitrina.
O juiz que me condena
É o próprio assaltante,
Meu eu réu recebe a pena
Que releva mais adiante.
Constituo advogado
Que muito bem se disfarça,
Além do valor cobrado
Tem o juiz por comparsa.
Minha constituição
Vela tintim por tintim,
Porém é cega ao ladrão
Que vive dentro de mim.