MEU EU LADRÃO

Sou eu o ladrão de mim;

Todo dia eu me assalto,

A minha arma é de festim

Mas vivo de mãos ao alto.

Ao banco eu sigo refém;

Meu bandido determina,

Saca um pacote de cem

E gasta olhando vitrina.

O juiz que me condena

É o próprio assaltante,

Meu eu réu recebe a pena

Que releva mais adiante.

Constituo advogado

Que muito bem se disfarça,

Além do valor cobrado

Tem o juiz por comparsa.

Minha constituição

Vela tintim por tintim,

Porém é cega ao ladrão

Que vive dentro de mim.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 09/01/2014
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