Ambivalente
O que se esconde aí nessas pernas compridas?
O que se esconde cá na fala mansa, mas firme e nos lábios grossos?
Nos longos passos pra cada vez mais longe chegar?
Por que parece que sou pedra de gelo quando, na verdade
aqui dentro há um vulcão a transbordar?
Será que os olhos não dizem o que a boca sente?
Será que um dos meus martírios é viver sempre inconsciente?
Viver nas emoções passivas, nos gritos escondidos, no coração roído
de uma elocução ambivalente?
Em 27 de setembro de 2013.