AFLIÇÃO

Perdi-me numa rua sem nome

Repleta de casas pobres, buracos à beça...

Pelas calçadas, cachorros sujos enfeitavam o ambiente

E esgotos a céu aberto vitaminavam a respiração.

Tropecei numa calçada quebrada e caí...

Para meu espanto, ninguém registrou o fato

E fiz de um muro cheio de lodo, meu apoio...

Levantei-me e, atordoado, tentei desvendar onde estava...

Lugar esquisito, pessoas estranhas e mal vestidas

Eram os moradores que parecia não se darem conta de mim...

Para eles, eu era mais um transeunte desconhecido

A perambular no mutismo de mim mesmo e do destino...

Fui caminhando, caminhando... Cheguei a uma esquina vazia

E me sentei debaixo de uma velha marquise e chorei... chorei!

Como fora parar ali? Que becos da vida trouxeram-me?

Um rosto inundado em lágrimas compadeceu-se de minha presença.

Não sabe onde está? Perguntou-me. Notei que sofria como eu...

Morremos e certamente prestamos contas dos nossos atos!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/01/2014
Código do texto: T4634336
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