Minhas buscas
Em minhas buscas o amor é o risco, é o medo da descoberta da entrega desmedida , desregrada . E em tempos de paz se busca a guerra , a acalmar a fúria de uma alma atormentada pelo medo de amar , de entregar-se à paixão desconhecida que faz das sombras meus castelos infernais .
Em minhas procuras , perco-me nas palavras , no silencio que nelas permanecem e em suas sombras , marcas que deixam em minha alma.
Sorvo amargo vinho de minhas angustias mudas e minhas cegas paixões absolutas ; a elas me entrego qual o carrasco à seus medos .
Sou de mim mesmo comensal de amor e ódio , a coragem necessária à covardia absoluta e a certeza de um amor dissoluto , desfeita forma de amor disforme .
Em minhas procuras de mim mesmo ,desperto de um sonho em que perco parte de mim mesmo . Trago na pele a marca da besta atormentada , lúgubre comensal a devorar-me as entranhas em macabros rituais.
Cada beijo envia uma mensagem a quem o recebe e o meu , da morte insana recebido trás a fúria em si contida.
Cultuo à lua em sua escuridão absoluta , o silêncio trás em si mesmo as respostas às perguntas silenciosas e mudas que não temem o frio de madrugadas gélidas , antes à admira e venera .
Sou assim, carrasco de mim mesmo, perseguidor insano dos sonhos insanos, de um amor absoluto e único.