Arrogância da Alma
Vi meu corpo bordado
Num espelho
Delineado pelo tempo
Rasgado pelas folhas
Do calendário
As marcas das quedas
Cirurgias
Cicatrizes da longa vida
Feridas que nunca sararam
Rugas que não suportaram
O tempo
Retinas cansadas
Que refletiam a imagem
Um pouco turvada
Lábios secos que aprendeu
A engolir as injustiças
Da vida
E agora sabe conjugar
A pretérita existência
Sem errar as terminações
Cantar algumas canções
E recitar alguns versos
A balbuciar orações
Porque agora é hora
De se olhar no espelho
E reconhecer o quê o tempo
Escreveu na pele
E na nervura
A alma é incólume ao espelho
E ao tempo
Tem uma arrogância intolerável
De se pensar eterna
E com isto escapa da sua ótica
E acha até que o espelho
É uma ilusão.
Luiz Alfredo - poeta
Vi meu corpo bordado
Num espelho
Delineado pelo tempo
Rasgado pelas folhas
Do calendário
As marcas das quedas
Cirurgias
Cicatrizes da longa vida
Feridas que nunca sararam
Rugas que não suportaram
O tempo
Retinas cansadas
Que refletiam a imagem
Um pouco turvada
Lábios secos que aprendeu
A engolir as injustiças
Da vida
E agora sabe conjugar
A pretérita existência
Sem errar as terminações
Cantar algumas canções
E recitar alguns versos
A balbuciar orações
Porque agora é hora
De se olhar no espelho
E reconhecer o quê o tempo
Escreveu na pele
E na nervura
A alma é incólume ao espelho
E ao tempo
Tem uma arrogância intolerável
De se pensar eterna
E com isto escapa da sua ótica
E acha até que o espelho
É uma ilusão.
Luiz Alfredo - poeta