Inveja dos loucos

Equação que desafia minha matemática

e esfria o verão dessa tarde subtrópica;

A vasta gama de possibilidades utópicas,

Contra o rigor preciso da solidão prática...

Esse choque de anseios, devaneios, medos,

Naufraga a esperança que ainda espero,

Colidem as proporções entre anéis e dedos,

No escuro, tento um chute; X é igual a zero...

O bom siso guardião, tem hora que é um toco,

Não deixa rir junto ao destino, dessa pilhéria;

Sisudo vejo assomar certa inveja dos loucos,

Que espocam fogos celebrando à miséria...

Loucura é guaipeca, pedigree um mosaico,

Sensatez é dobermann guardando ao só;

Não fica bem o clérigo encenar que é laico,

Antes, deve ser solene como trono de Faraó...

Alguma loucura inocente o fado há de guardar,

Melhor, não atribuo ao Fado, antes, ao Pai;

Sem mais nem menos, Moisés vai voltar,

Ramessés o tirano, verá que a casa cai...

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 31/12/2013
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