Fogo de artificio

O que eu escrevo vem do coração

mas muitos querem que me descarte,

E mesmo sem haver consideração

eu respeito sempre a minha arte,

Não acreditavam no que pressenti

dizendo que tudo isto era impossivel,

E o que eu vou fazer hoje aqui

é mostrar como se chega ao meu nível,

Prometo que a noite vai ser boa

quando os copos tiverem levantados,

No pensamento um F16 que sobrevoa

toda a minha lista de convidados,

Quero que cada seguidor acompanhe

um crescimento que não terminará,

E claro que eu só bebo champanhe

eu não sei o que o amanhã me trará,

Para inimigos com dor de cotovelo

eu aplico uma pequena cirurgia,

A vossa raiva enrolo como um novelo

e maior o volume maior a energia,

Caneta e um folheto como amuleto

e assim que o combate começa é knockout,

E eu só me visto todo de preto

para deixar o vosso coreto em blackout

Ironia nunca ter vivido de joelhos

e dar-vos a mão para vos levantar,

E podem mostrar-me sinais vermelhos

mas não são eles que me vão parar,

As 12 passas irão engolir de enfiada

e vocês não passam de doces ameaças,

E até aceito que queiram ter piada

mas hoje não é dia de acção de graças,

Agora eu não ligo ao meu umbigo

e luto para ser melhor até conseguir,

E se vocês nem conseguem comigo

porque perguntam quem está a seguir?

Seguidores, o bater do meu coração

deixam-me nos estados mais absortos,

E sem perdão eu arraso a competição

com pétalas de rosa como se fazem aos mortos,

Desejo mais do que fiz este ano

enquanto a Matéria-Prima promovo,

Se não der certo passo um pano

e para o ano eu tento tudo de novo,

E se 2014 me trouxer uma mala cheia

de dinheiro eu prometo não mudar,

Porque se essa for a última ceia

no dia seguinte é o meu crucificar,

Desaparece o estereótipo tipo toupeira

quando percebem o relevo do meu trevo,

Dizem que eu trabalho numa gasolineira

mas não entendem metade do que escrevo,

A poesia é a aranha que vos apanha

e vos levita quando estão cabisbaixos,

Dizem que o amor é como uma montanha

e eu quero ver os seus altos e baixos,

Um sismo que deixa a terra em tremor

e eu sempre quis despertar emoções,

E digam-me quando nasceu um escritor

Luís desde o Luís Vaz de Camões?

Eu distribuo cartas como no solitário

e faço xeque-mate como no xadrez,

E a minha vida parece um calendário

com uma modelo diferente em cada mês,

Tento encontrar a musa deste milénio

e acabar bocejos com os seus festejos,

E se for um génio roubo-lhe o oxigénio

em 3 beijos sem gastar os 3 desejos,

Se esta noite o vento estiver a favor

vou deixar a bandeira do diamante voar,

Enquanto eu declaro todo o meu amor

como se o mundo hoje fosse acabar,

Nestes 365 dias encerro a reunião

em que estive de plantão, ossos do oficio

Suspense nos tambores sobe a pulsação

com um foguete na mão, fogo de artificio.

Luís Diogo
Enviado por Luís Diogo em 31/12/2013
Código do texto: T4631800
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