Eu consciência

Não quero saber do que seja normal

Essa convenção, esse blasée,

Esse nada mais do que banal

Percebo que preferem o que não incomode

Porque não fazer uma revolução,

Serei o cozinheiro de plantão

Não, não é papel de mulher,

Mulheres serão guerreiras

Para mim sempre o serão

Paremos de sermos normais, quero a loucura da indecisão

Quero casar e casar de novo até cansar

Deus significa amor, nunca será a favor de uma só paixão

Que me chamem de louco, entendo como alternativo

Se me taxarem mudo de novo, serei camaleão aturdido

E vão para o céu, quero xingar desse jeito

Se hoje reclamo, amanhã declamo,

No futuro posso ser prefeito, perfeito

Quero sacudir as empoeiradas leis

Criar regulamentos, usar falsos argumentos

Não devemos contar até 3, saímos do ímpar

Quero pular, ser plural, virar par, julgar muito pouco

Deixa o tempo terminar, deixa o amor liderar

Deixar as calças cair, ficar nu sem se olhar

Não há como ser indiferente se o que está quente logo é soprado

É fácil demais ser mediano, não ser xingado, ficar em cima do muro

Não levar chumbo nem murro, ficar na infantaria é coisa para cavalo

Prefiro a cavalaria e seus cavalos alados, por que não alados?

Se não querem me ouvir que fiquem calados, gritarei aos sete ventos

Lutarei sem argumentos, me chamarão de tormento

Diga que sou eu, homem, barroco, centrado, sempre atento

Desconectem de mim o senso

Tirem de mim a razão

Vai ver que um dia descanso minha voz

Quando o mundo de hoje não tiver regras

Quando baleias tiverem pernas

Quando de pernas pro ar será o jeito normal de ficar

Sim, aí sim me calarei, pois o mundo em caos consegui deixar

Gabriel Amorim 27-12-2013

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 30/12/2013
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