ESPAÇOS

Perdemos a cada dia, mais e mais espaços.

Estamos espremidos, enjaulados nessas metrópoles,

Esses concretos frios, essas estruturas esses espigões.

Essa vegetação insensível de cimento cada vez armado,

Essas palmeiras, essas árvores, de ferro e arame farpado,

São arquiteturas, construções dessas naturezas de barro.

Aves sem pouso, sem repouso a voar habitats surrealistas.

Esses espaços sem vida, apinhados de concreto.

Os rios, são braços derramados entre galerias, e sagram,

Choram,inundando as ruas inundando as vidas.

Inventamos as exclamações alegres, de emoções!

São esses emotions, essas carinhas felizes,

Enquanto sorriem,estamos infelizes por dentro.

Não há falta nessas ausências, apenas o pranto.

Perdemos espaços, estamos comprimidos.

Oprimidos, entalados, entalhados entre pretextos,

Porque a ausência é essa carência consentida.

Albérico Silva

Esse é o meu último texto, em 2013, tem intuito de reflexão.Feliz Ano Novo,a todos, a todos que por aqui deixaram fluir suas emoções.

silvacarvalho.