A Anti Visão das Coisas.
A Anti Visão das Coisas.
Na vida tive intuições.
Peremptórias.
Interessantes.
Percepções indeléveis.
A respeito.
Das naturezas das coisas.
Uma delas.
Dei ao mundo a certeza.
Da não existência de deus.
Do mesmo modo do diabo.
O mundo é apenas.
Uma idiossincrasia.
Razoavelmente imperfeita.
Ele sempre esteve sozinho.
As margens dos nossos sonhos.
O que desejamos ser.
Representa apenas.
A ilusão.
Da nossa vontade.
O mundo é o desejo dessa busca.
A única possivelmente.
Querer alguma coisa.
Além da própria vontade.
É perder as margens.
Mas o dever é sonhar alto.
Deixar a razão solta.
Atingir o máximo de delírio.
Descobrir a insignificância.
Dos sonhos.
Dos princípios.
Da ausência de seus fundamentos.
Entendermos que não somos nada.
Que o não ser significa mais.
Que o próprio não ser.
Na relevância do insignificado.
O destino comum das coisas.
São as exuberâncias do deixar de ser.
O que são essas coisas.
Elas não são exatamente nada.
A não crença em deus.
Esse mito terrível e maligno.
As razões.
Que por natureza.
Não poderão ser sadias.
Mas a origem de tudo isso.
Expliquei.
Pelo princípio.
Da incausabilidade.
A ausência de tudo.
Até mesmo do infinito.
Tudo aconteceu erradamente.
Até mesmo a perfeição.
Mas o mundo é exatamente.
Esse modo de ser.
Não poderia ser de outra maneira.
Não tem como existir outra forma.
O silêncio é a compreensão.
Dos entendimentos.
Irreparáveis.
As vezes insondáveis.
Motivo pelo qual.
Existe dentro de cada um.
De nós.
Um imenso vácuo.
Estamos perdidos.
Em suas dimensões intermináveis.
O que será sempre determinado.
Pela imensidão do eterno nada.
Do ser.
E do não ser.
Sendo e não sendo.
Eternamente a escuridão.
Cheia de luzes.
Mas sem energia.
Como se o infinito fosse sempre.
A ausência dele mesmo.
Não existem outras palavras.
Para suas descrições indetermináveis.
A não ser a incompreensão.
Dos sinais inexauríveis.
A vacuidade do tempo ausente.
Aos desejos dos sonhos.
Apofânticos.
A própria ilusão do destino comum.
Aos mortais indecifráveis.
Do mundo negado eternamente.
A vossa asseidade.
A prescrição da intuição.
Incorreta aos sonhos e desejos.
Sendo suas circunstâncias e meios.
Edjar Dias de Vasconcelos.