BRUMA
Leva-me,
tarde monótona de outono,
de espanto em espanto.
Mostra-me o ninho do albatroz,
preparado no cume da montanha.
Envolve-me na bruma densa
que oculta os pântanos.
Quero conhecer o segredo das bruxas,
reunidas nas florestas nas noites de lua cheia.
Quero entender a linguagem dos gafanhotos,
a voejarem após a chuva.
Leva-me contigo,
tarde monótona de outono,
leva-me para longe daqui.