UM DIA EM SOL MAIOR
UM DIA EM SOL MAIOR
Novamente desnudo de vestes,
De mágoas,
De amores,
Novamente sozinho em um palco,
Pronto a entregar toda minha alma,
A você, que não pode me ver,
Não pode me tocar,
E talvez não possa me ouvir,
Pois não estás diante de mim,
Pois diante de mim somente esperanças
E cadeiras vazias...
Carregado em ressentimentos,
E em emoções,
Talvez nunca sentidas,
Bêbadas, usadas, e deixadas em átrios...
Vazios e solitários,
Como almas, que vagueiam em busca de luz...
Chamo-te: Venha vida!
Aconchegue-se na sombra de tudo o que foi ontem,
E descanse...
Descanse eternamente,
Somente não me atormente,
Pois o suor é o puro sangramento da alma,
Que chora dia sim,
Outro também...
Em busca de respostas absurdas sobre...
Sobre o que mesmo?
Sobre nada,
É isso tudo o que sei de mim mesmo...
Nada...
Nada foi...
E por mais que eu sinta curiosidades,
Sobre tudo o que aconteceu ontem...
Eu não tenho a certeza de nada sobre ontem...
Algumas músicas,
Algumas notas dissonantes do que poderiam ser o amanhã...
Uma espécie de hoje sustenido,
Desnutrido e inválido...
Diminuto e em sol maior,
Maior que o dia,
Maior que a poesia.
Maior que a vida...
E infinitamente maior que a morte...
Sérgio Ildefonso
28.12.2013