O discurso das flores

Meus milhos do quintal acenam uma flor,

as flores de meu jardim não se incomodam;

sabem que é o pão ensaiando seu labor,

elas, apenas são belas e estão na moda...

se nós outros ouvíssemos esse discurso,

do respeito mútuo e da convivência;

quão mais amena seria a vida e seu curso,

despida da gratuita e invejosa oponencia!

Mesmo quando nossos humores altercam,

Dar tempo sem dar vazão a chiliques tolos;

São os mesmos vergéis que nos cercam,

Rabugices matinais são fatias d'outros bolos...

Muitos dias o tico poético hirto desperta,

Qualquer mote é vulva e em verso o sagra;

Outras vem lasso, e a brochura é certa,

Mesmo ondulando meus canteiros de Viagra...

Muitas dores não resistem apurada sonda,

Mero prisma egoísta deturpando a visão;

para o surfista importa se a praia tem onda,

Ao pescador basta saber, que o mar tem pão...