Uma reflexão para leitores do futuro.

Não sou esse deserto vazio.

O que falo.

Tem etimologia científica.

Cheio de significações.

Mesmo que o mundo.

Não entenda no momento.

Talvez meus leitores.

Não nasceram.

Mas o que escrevo.

É cheio de sentido.

Não sou terra seca.

Muito menos um deserto vazio.

Minha reflexão.

É litogenético.

Não sou desse tempo.

O meu momento não chegou.

Não sou a luz de um sol.

Apagado.

Um buraco negro.

Sem hidrogênio.

Minhas significações.

São monstruosas.

Sem metábole.

Não cabe em razões.

Alienadas.

Eu não sou.

Em relação ao mundo.

O esgotamento.

Dele.

Minhas ideias.

Não representam o mundo atual.

Sou fonte de outra natureza.

Apofântica.

Minha razão tem outras lógicas.

Não sou uma fonte sem sentido.

Minhas ideias ainda serão aceitas.

O tempo vai passar.

Compreendo as acepções.

Os meus fundamentos.

Transformarão.

Em grandes oceanos.

Onde todos terão.

Que navegarem.

Sem o uso de binóculos.

Esse tempo não é o meu instante.

Estou em outra era mimética.

O princípio da incausabilidade.

Será com toda certeza.

A explicação da natureza do mundo.

A lógica de seus absurdos.

A razão segunda construída.

Elaborada por mim.

Será a epistemologia do saber.

Não tenho nenhuma ideia.

Ausência de sentido etimológico.

Defendo uma nova axiologia.

Perfunctória.

Não sou fonte esgotada.

Sou a energia conservada.

De um mundo imaginado.

O delírio de uma loucura.

Indeterminada.

Mas perfeitamente compreensível.

Eu em relação.

Ao mundo.

Não sou as ideias absurdas.

O que defendo.

Vai vingar.

O mundo vai pensar.

As ideias originadas por mim.

Serão vinculadas um dia.

No panteão da sabedoria.

Não sou um deserto sem chuva.

A recusa vai ser mudada.

Uma nova morfologia.

A loucura.

Será a genialidade.

O mundo vai aceitar.

As minhas ideias.

Haverá uma revolução.

Epistemológica.

Eu não sou uma ideia perdida.

Um conceito recusado.

Uma epistemologia sem sentido.

Uma imaginação delírica.

Tudo que aparenta ser normal.

Exatamente.

O que é sem sentido.

O mundo meu.

Será o mundo de todos.

Um dia nascerá novos leitores.

Entenderão a loucura certa.

Não serei um deserto vazio.

Ainda não nenhures.

Apenas uma fonte.

Que servira de base.

A construção dos grandes oceanos.

Onde todos navegarão.

O mundo será entendido.

Inspirado pelos meus conceitos.

Nesse momento.

Serei como Nietzsche.

Entendido como louco.

Delírico.

Com problemas psicológicos.

Tudo isso é perfeitamente.

Normal.

A nequícia de atraso científico.

Mas não serei uma fonte.

Desértica.

O entendimento do meu mundo.

Absolutamente particularizado.

Será a compreensão da sabedoria.

Como sempre.

Seus segredos da eternidade.

Até ao término da nossa existência.

Edjar Dias de Vasconce