Umas doses de nonsense
Ainda bem que
as cristas
das vagas
da vazante
guincharão
soluçando
meus espumantes
ais,
mesmo quando
meu ciclo
já houver se fechado...
Minha voz ecoará
nas areias
cuspidas pela aragem praieira,
e minhas piadas autoirônicas
, e talvez masoquistas,
rirão de mim, comigo,
sobre telhados silenciosos
de madrugadas finisseculares
da Ilha...
Meus olhos, os vermes
já terão saboreado há muito,
sem nunca saber
das imagens divisadas
do barco no bordejo,
contornando de longe
a Ponta do Queimado...
A pinga que bebi com amigos
na Fazendinha,
lá no Tio Joca,
há muito estará metabolizada
em suor e urina
e ressaca, nada
ficou dela em meus ossos.
Os rastros desses momentos,
estará levando-os o vento cósmico...
Nada sobrará, só sossobrará.
E o sopro desse vento derrubou-me
na água
a caneta e o papel,
onde rabisquei
isto tudo.
E entornou-me
o copo de cachaça...
Ficou-me na mão
apenas uma garrafa vazia...