POEMA DE NATAL

É natal.

Os anjos não desceram do céu,

As crianças continuam com fome,

Mas um menino nasceu.

É natal.

Não há estrela para guiar,

As crianças não ganharão presentes,

E o menino foi posto em uma manjedoura.

É natal.

Os reis esqueceram o ouro, o incenso e a mirra,

As crianças só escutaram a história de um bom velhinho,

E o menino cresceu em tamanho, ciência e sabedoria.

É natal.

Os primogênitos foram mortos, para que morresse o rei,

As crianças se entregaram às armas e às guerras,

E o menino multiplicou pães e peixes.

É natal.

A cabeça do profeta foi entregue sobre uma bandeja,

As crianças se doparam e ganharam a rua,

E o menino anunciou a chegada de quatro cavaleiros.

É natal.

O povo em coro libertou os malfeitores,

As crianças crucificaram e coroaram com espinhos a fronte do menino,

E o sangue e as lágrimas forjaram uma aliança.

É natal.

E tem sido natal desde o início dos tempos,

Mas hoje as crianças, estes loucos que perderam o encanto,

Afastaram do sepulcro a pedra e enrolaram o menino num manto.

Edson de Barros
Enviado por Edson de Barros em 14/12/2013
Reeditado em 18/12/2013
Código do texto: T4611643
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