ANONIMATO
Sinto-me confuso numa extrema escuridão
Como se permanecesse preso numa redoma
Ou encarcerado no crepúsculo da imensidão...
Um cativo do ocaso, assim de olhos cavados
E aprisionados no lusco-fusco sem amplitude
Diáfanos, puros, porém oclusos e sobrestados...
Esbulhados meus passos se perdem no andar
Seguindo aos tropeços, e sem saber se mereço
Reflito esgotado das trevas, sem o sol e o mar...
Adotando as quimeras de aglomeradas viagens
Que navegam meu ser sem ansiar meu desejo
Na obscuridade da lucidez, utópicas miragens...
Num planeta sem luz, num atalho sem plano
Como se as noites e os dias fossem análogos
Enfim... Entorpeço-me no obelisco do engano!
Autor: Valter Pio dos Santos
11/Dez/2013