ÚLTIMO DESEJO

Sei que vou morrer de alguma coisa.

Já tive medo de morrer pelo cigarro,

e pela dose a mais de um trago

às vezes tive medo de morrer.

De amor pensei finar-me muitas vezes,

mas renasci de mil mortes prazenteiras.

Alguma coisa, eu sei, há de matar-me.

Que não seja o medo, a angústia, a dor!

Seja, no meu peito, suave a mão da morte,

como eu sonho, num mágico transporte.

E que uma mão amiga me conduza pelo vale

onde as sombras sejam companheiras.

Ah! Seja o último momento como aurora

colorido, vívido, enfeitada de sol e madrugada!

E o último suspiro seja hino, canto e glória,

e a paz refrão de tempo eterno e de alegria

em que meus versos permaneçam como preces

eternizando a minha vida a cada dia!

Waldy Würdig
Enviado por Waldy Würdig em 10/12/2013
Código do texto: T4606155
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