ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL
Os profetas de Baal, num certo dia,
Os que conheciam e praticavam a iniquidade
Não faziam o bem porque serviam
Ao engano, ao erro e à maldade.
Eram 450 os transgressores,
Que contrariavam a Deus, o verdadeiro
Mas o profeta então de boas falas
Era ungido e confirmado em santidade.
O bom homem, porém, pediu ao povo
Dois bezerros como oferta em holocausto:
Um para a fogueira dos estranhos deuses;
O outro, sobre a lenha do abençoado.
Dividida em pedaços a oferenda
Colocados primeiro sobre a lenha
Dos falsos profetas conforme o combinado
Sem atear fogo sobre quaisquer deles,
O minúsculo dos deuses foi chamado
Quem respondesse com chamas seria Deus
Que fez o mundo, o universo em eternidade
Tomaram o bezerro aos pedaços
E sobre a lenha o acomodaram
Sendo de Baal nome ovacionado desde a manhã
Até o meio dia o invocaram
Sem resposta que chegasse àqueles tais,
Gritaram, pulavam exaltados
Com lancetes e facas se retalharam
E um sangue inútil sobre todos deslizava
“A mim chegai-vos”, falou Elias ao povo
Que de pronto atendeu ao seu chamado
E viu que o altar do Deus vivo era quebrado
Mas a Elias, com nada disso incomodava.
Tomou ele doze pedras, como as tribos
Edificou um altar ao Ser Supremo
Em volta dele cavou um canal
Pela largura, a medida da semente.
O profeta do Deus, o verdadeiro, pediu os
quatro cântaros por ele preparados e despejou
Muita água sobre a lenha
Mais que duas, por três vezes, entornada.
Em volta do altar correu o líquido
Enchendo o rego até transbordar a água
O Nome do Senhor foi aclamado
Até cair fogo do céu diante de todos
E consumir a lenha toda, as pedras, ao redor, o holocausto
Sobre seus rostos caiu então o povo
"Só o Senhor é Deus" assim falava.
Elias se dirigiu àquela gente
Ao povo mandou que os tais prendesse
E no ribeiro de Quison onde desceu
Os degolou sem dó, nem piedade!
Entre os joelhos o servo do Altíssimo
Pôs o seu rosto, no cume do Carmelo,
E por terra se inclinou dizendo ao moço:
Olhe pro alto como eu mando, sete vezes.
E na última vez, foi que surgiu
Pequena nuvem tão pequena e irrelevante
Do tamanho da mão de uma pessoa
Mas poderosa pelo poder de quem a fez.
O Rei Acabe aprontou um carro fugiu das águas,
Que a minúscula nuvem anunciava
Pois algo novo viria
Sobre todos
Sem ter resposta de seu deus, decepcionado
Após três anos e meio de secura
Os céus se enegreceram de uma vez
Nuvens e ventos trouxeram a forte água
E Acabe não tinha mais o que fazer.
Sobre Elias a mão de Deus se repousava
Aquele mesmo que nunca o envergonhou:
Foi com Ele em todos os seus dias
Até que o mesmo grande Deus o arrebatou!
1 Reis 18
DORA TAVARES