Sol, lua, Sophia

Uma nesga de lua me olhando a pino

Talvez a loura gosta de minhas flores;

Ou me ignora atenta a seu destino,

Mas, cá fantasio com seus alvores...

Escreve sinais em argênteo alfabeto,

Mas a alma cega desconhece o Braile;

Buscando o chão não pode ler no teto,

Sonhos e esperança barrados no baile...

Depois da novidade que ninguém vê,

Selena mostra os sinais de crescimento,

Quando cheia ninguém a ignora porquê,

A noite vira quase dia com seu advento...

É quando a escuridade mais sofre o relho,

Mesmo feito prata o que na origem é ouro;

noutro lado de Gaia, Hélio ante o espelho,

ajeita mui garboso seu “moicano” louro...

Quando o sol da juventude fulge distante,

Quem disse que isso faz pior o nosso dia?

Se o impulso dos desejos vira minguante,

Rutila em nosso mirante a cheia da sabedoria...