Meu outro rio...
desce em corrupio,
devasta tudo
sob desafio
e abri novos veios.
Por vezes, não é manso,
outras só remanso
bom de se deitar -
descansar em suas margens
largas suculenta e macias
nas horas vazias.
Meu outro rio...
se esconde...
muito além das montanhas,
nas grotas, serras, e vales,
sempre sozinho...
sob estio e desaguante...
quase perdido.
Mas, meu outro rio...
dorme no silêncio,
fica preso, fica afoito,
raso ou manso,
por vezes, se torna violento.
Porém, mais violento estaria,
se não fosse tão invadido,
dividido,
maculado sob rebeldia...
Este rio é seu e meu:
não adianta fingir
deixar correr solto...
à seco sem saber
do seu destino cruel:
perder suas margens,
estreitar seus veios,
secar em desertos,
ser oásis ao seu bel-prazer!
Mas, o seu destino estará selado
nas margens dos horrores,
dos rolos compressores,
que incitam e comprimem,
o velho e bom rio...
rasgando outros e outros rios...
sem pudores!...
desce em corrupio,
devasta tudo
sob desafio
e abri novos veios.
Por vezes, não é manso,
outras só remanso
bom de se deitar -
descansar em suas margens
largas suculenta e macias
nas horas vazias.
Meu outro rio...
se esconde...
muito além das montanhas,
nas grotas, serras, e vales,
sempre sozinho...
sob estio e desaguante...
quase perdido.
Mas, meu outro rio...
dorme no silêncio,
fica preso, fica afoito,
raso ou manso,
por vezes, se torna violento.
Porém, mais violento estaria,
se não fosse tão invadido,
dividido,
maculado sob rebeldia...
Este rio é seu e meu:
não adianta fingir
deixar correr solto...
à seco sem saber
do seu destino cruel:
perder suas margens,
estreitar seus veios,
secar em desertos,
ser oásis ao seu bel-prazer!
Mas, o seu destino estará selado
nas margens dos horrores,
dos rolos compressores,
que incitam e comprimem,
o velho e bom rio...
rasgando outros e outros rios...
sem pudores!...