Poetisas.

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Todo poema um agudo dentro,

um fosso,

a ferida aberta trágica,

uma flor arrancada dos espinhos.

A face de um Cristo emoldurada,

um desejo de fé,

uma saudade dobrada,

uma teia suspensa com uma aranha,

uma aranha pendurada, perdurada

a aranha a espera de ser alvejada

por mãos imensas.

Não mate a aranha, requer o poema.

Não desvulcanize a aranha em seu devagar

exercício de existência.

Onde a morte a liberta do tapa da vida,

ela constrói uma nova gravidade.

E cai, teia, feia, forte, elástica, corcunda.

E é poema, um grave som de felicidade.

Feito.

Patrícia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 02/12/2013
Código do texto: T4596169
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