A Magnitude de um Erro.

A essência da natureza do homem.

O que sou.

Refiro-me fisicamente.

Não na essência do meu ser.

Uma vez que não existe a essência.

O que existe é a linguagem.

Que formula mitos e ideologias.

Que deseja construir e buscar estatus.

Mas o ser que sou é físico.

Nesse aspecto.

Sou igual a qualquer animal.

Por ser um agregado de átomos.

Composição de massa e energia.

O meu corpo.

Só tem funcionalidade.

Em acordo com leis e regras.

Da natureza.

Querendo ou não.

Sou exatamente essas leis.

Suas lógicas funcionais.

Em referência à química.

O meu corpo é composto.

De moléculas de água.

Do mesmo modo.

Que o princípio.

Da incausabilidade.

Criou o universo.

Seus bilhões e bilhões.

De mundos paralelos.

Que são exatamente.

Os mesmos mundos.

Com efeito.

Iguais aos outros mundos.

Além das moléculas.

De água.

Sou moléculas.

De oxigênio.

De hidrogênio.

Carbono.

Enzimas e proteína.

Igual a qualquer.

Outro corpo.

Químico.

Como por exemplo.

De um inseto.

Sou quimicamente.

Exatamente igual.

Ao inseto.

Vírus ou bactéria.

Sou um organismo.

Vivo.

Mesmo depois de morto.

Porque para a matéria.

Não existe a morte.

Apenas mudança de estado.

Motivo pelo qual.

Sou exatamente a mudança.

O que me faz ser.

Naturalmente humilde.

Por ser essencialmente.

O nada.

Por ser tal qual.

Qualquer coisa.

Igual a natureza.

Sou um organismo vivo.

Como é por exemplo.

Uma barata.

Faço parte.

De uma espécie animal.

Capaz de adaptar ao meio.

Dotado de um código genético.

Hereditário.

Com o mesmo princípio.

Evolutivo de qualquer espécie.

Porque na realidade.

Existe apenas um código genético.

Com possíveis variáveis.

De genes.

Nada além de disso.

O que significa o tudo.

Existente.

Resultou-se de uma célula.

Comum.

A qual possibilitou as diversidades.

Das formas de vida.

Entretanto.

Com o mesmo código genético.

Sou apenas uma variação.

Dessa generalização.

Exatamente por esse motivo.

Que sou apenas as leis naturais.

Esse conjunto de coisas.

Levou-me por meio da genética.

A reprodução.

A continuidade das variações.

E do mesmo modo as extinções.

Sou em minha natureza.

A minha extinção.

Porque tudo que existe.

Evolui-se para extinguir.

E recomeçar em outras formas.

Até a efetivação.

Da grande extinção.

Que será exatamente.

A extinção cósmica.

O fundamento do universo.

É o mesmo fundamento humano.

Entretanto.

Existe uma grande energia.

Que regulamenta as demais.

Trata-se do hidrogênio.

Que estão em sois e estrelas.

Quando ele acabar.

Sua exaustão leva exatamente.

A destruição do universo.

Quando tudo volta.

Ao ponto inicial.

Que é a constituição.

Das moléculas.

De águas.

Produzidas pela temperatura fria.

De bilhões de graus.

Então o universo.

Cosmologicamente.

Fica brincando de acabar e recomeçar.

E recomeça de suas cinzas.

Isso eternamente.

Em um dos seus recomeços.

Por um erro cosmofísico.

E também de adaptação ao meio.

De um dos primatas.

Surgiu o homo sapiens.

Porque a linguagem.

Foi um produto.

Essencialmente.

Do bipedalismo.

Possibilitou a evolução.

Das cordas vocais.

Quando um dos símios.

Ao meio as savanas.

Ao descer das árvores.

Teve que levantar a cabeça.

Levantando também as patas.

Para enxergar a distância.

Seus devoradores.

Modificou a estrutura da coluna.

E possibilitando o surgimento.

Da linguagem.

Motivo pelo qual os símios.

Transformaram em homo sapiens.

Mas entre os chimpanzés e os humanos.

O DNA é exatamente o mesmo.

Com a mesma proporcionalidade.

De genes.

Entre os próprios humanos.

Somos chimpanzés que falam.

Que inventam deuses e alma.

Céu e inferno.

Sabedoria e poder.

Superioridade e domínio.

Criadores de ideologias.

Vivenciadores do engano.

Propositadamente.

Na sustentação eterna.

De uma ideologia de classe.

O homem tem.

Um instinto pervertido.

Sem reversão.

Exatamente

Pelo funcionamento.

Da linguagem.

Castigo de um erro.

Da evolução.

Obs:

Esse poema foi escrito.

Após muitos anos.

Estudando as diversas.

Ciências.

Edjar Dias de Vasconcelos.