Homenagem ao Convento do Caraça.

Homenagem ao Convento do Caraça.

Caraça, Caraça, Caraça.

Do meu coração.

Para mim esse convento.

É uma congregação.

Tão importante como é.

A ordem dos padres.

Lazaristas.

Devo tudo a esses padres.

Caraça, Caraça, Caraça.

Amo tudo que está dentro de ti.

A vossa história.

Seus rios.

Vales e montanhas.

O vosso minério.

Sua água amarelada.

Pela natureza.

Tive muita sorte.

De também pertencer ao Caraça.

Particularmente considero.

A primeira maravilha do mundo.

Foi nessa terra encantadora.

Onde realizei parte.

Do meu noviciado.

Um seminarista.

Aplicado e afável.

Do Caraça amo tudo.

Cada pedra.

As árvores.

Lagos e cachoeiras.

A riqueza do vosso solo.

A Igreja.

O convento indescritível.

Noites inteiras.

Rezando o terço.

As completas.

Estudei aí a história.

Da Ordem.

Dos vossos padres.

A vida de São Vicente.

Recebi nessa terra.

A formação para ser humilde.

Como viver o voto de pobreza.

De como deveria ser a obediência.

Os procedimentos da castidade.

Caraça Caraça, Caraça.

Não faz ideia.

De como te amo.

É o Santuário.

Mais lindo do mundo.

Nossa Senhora.

Mãe dos homens.

Sei que é um exagero.

Até mesmo um desrespeito.

A São Vicente.

Seria eternamente padre.

Só para poder contemplar.

O Caraça.

Quando a luz do céu cai.

Sobre esse magnífico convento.

Ver os lobos ao entardecer.

Subirem a escada para comer.

Os restos de frangos.

Caraça do meu coração.

Estou preso ao vosso solo.

Foi um privilégio fazer parte.

Do meu noviciado.

Nesse convento.

Encantador.

Aprendi belas lições.

Contemplando.

O seu esplendor.

Enquanto existir.

Jamais esquecerei.

Da sua hospitalidade.

Da generosidade.

Dos vossos padres.

Da educação que recebi.

Da vossa Ordem.

Um dia tive que partir.

Despedi-me de todos.

E de tudo.

Até mesmo das árvores.

Das pedras.

E das cascatas.

Despedi-me do Santuário.

De São Pio.

A imagem de um corpo.

Embalsamado.

De quase dois mil anos.

Pedi a vossa proteção.

São Pio.

Tristemente.

Beijei a cada Sampaia.

Antes de partir.

Senhoras que cuidavam.

Dos seminaristas.

Dos passarinhos escondidos.

Entre as folhas das árvores.

Os meus olhos se encheram.

De lágrimas.

Mas se tivesse.

Outra oportunidade.

Se as ideologias.

Fossem modificadas.

Se elas não existissem.

E mesmo a empiria aplicada.

A Biologia e a Física.

O Marxismo político.

Com certeza.

Não teria deixado.

Essa bela terra sagrada.

Faria de ti, Caraça.

O meu túmulo abençoado.

Tamanho é o meu amor.

Pela exuberância.

Da vossa face.

Despedi-me do padre Gomes.

Quase chorando.

Do padre Célio.

Beijando a face.

Do vosso rosto.

Amor que sempre tive.

Ao padre Ildeu.

Ao padre Brenher.

E a tantos colegas.

Que hoje são padres.

Ao padre Agnaldo.

Inteligente e generoso.

Ao padre Edmir.

Ao padre.

Maurício Paulinelli.

Tantos outros padres.

O padre Felix.

Da cidade.

De Campina Verde.

A minha eterna gratidão.

Como será.

Sempre a São Vicente.

Tendo fé ou não tendo fé.

Os Lazaristas fazem partem

Do oxigênio do meu sangue.

Sei que São Vicente.

Compreenderá.

O motivo de ter deixado.

De ser religioso.

Mas em minha alma.

Ainda reina.

Pela graça do Caraça.

E a santidade.

Dos padres Lazaristas.

Que vivem as ideias.

De São Vicente.

Minha eterna gratidão.

Edjar Dias de Vasconcelos.