A Sombra da Alma.
A Ilusão de uma Vida Espiritual.
O homem não existirá.
Após a morte.
Como nunca existiu.
Antes da vida.
O homem é apenas.
O momento do seu tempo.
Fora da sua história.
O homem é tão somente.
A sombra.
Do fundamento.
Da sua ilusão.
O espírito é um fluido.
Quando não é fluido.
É apenas a linguagem.
O homem então.
É o seu intelecto.
O funcionamento.
Dele.
Suas regras e lógicas.
Ou suas contradições.
Como se fosse à alma.
Distinto da matéria.
Com efeito.
A alma não é punível.
Não se puni um fluido.
Ou a memória.
Composta.
De sínteses.
Somente a matéria.
Poderá ser penalizada.
Mas o homem.
Quando morre.
Não é punível.
Porque a matéria.
Desaparece.
Ela.
Transforma-se.
Quimicamente.
Em pequenos pedaços.
De átomos.
O que resta seria.
A alma.
Mas a mesma é somente.
Uma ideologia.
Suponhamos que exista deus.
Do ponto de vista prático.
Objetivamente.
Não tem nenhuma função.
Espiritual.
Mesmo que deus queira.
Por uma simples lógica.
Ele não tem força.
Sobre a alma como fluido.
Muito menos enquanto.
Ideologia.
Da síntese de um espírito.
Acadêmico.
A alma é a representação.
Desse conteúdo.
Com essa descrição.
Portanto.
Não significa nada.
Porque de fato.
Jamais poderá ser.
O homem se faz presente.
No seu tempo.
Histórico.
Quem não fora antes.
Não poderá ser depois.
A vida termina.
Em todos os aspectos.
Quando o homem morre.
É como se antes.
Nunca tivesse nascido.
É desse modo.
A natureza.
E todas as formas.
De vida.
Nascer viver.
Posteriormente morrer.
É a mais absoluta ilusão.
A ficção de um sonho.
Projetivo.
Aos desejos irrealizáveis.
Edjar Dias de Vasconcelos.