Criar é a única forma de provar a você mesmo
Que você existe
Porém, criar é algo profundo
É preciso sair de si mesmo,
Sentir-se em profundidade
Andar descalço, esfolar-se, sujar a cara de terra,
Voltar pro abdômen,
Rasgar suas vestes,
Olhar para as estrelas como se olha para um ser amado,
Compreendê-las
Sentir-se o menor ser do mundo.

Ter a sensação de que estás sós como nunca, sem sentir-se só,
Alhear-se, andar pelos vales sem sol,
Sentar-se no alto da montanha e ver a grandeza do mundo,
Comover-se, entontecer-se,
Chorar pelos caminhos,
Lembrar de coisas tristes,
Ferir-se, cortar-se,
Lamber-se,
Esquecer e acima tudo, sonhar com o que não existe

Chegar o mais perto possível do seu melhor,
Entregar-se às emoções,
Buscar o escuro onde existe a luz e buscar a luz onde existe o escuro,
Abrir-se, fechar-se, estender suas mãos vazias,
Apiedar-se de si e de todos,
Compreender o vago
Pois a alma não existe sem dor
Vagar pelo mundo lúdico dos desejos mais estúpidos e sem sentidos,
Dar sentido aquilo que aparentemente não tem sentido algum.

Voar,
Enrolar-se de sonhos e sair pelo universo, sem destino,
Ou por onde teus sentimentos podem te levar
E se esquecido for, numa praia distante,
Reconheça que valeu a pena
Que tua arte foi doída, porque imitou a vida
Mas poderá ser sempre um novo sol a iluminar as sombras
Portanto sempre um recomeço.
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 15/11/2013
Reeditado em 28/05/2016
Código do texto: T4572207
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