BRASAS VIVAS

Não sei se eu me forjei poeta

Na minha vida quase secreta

Eu sei que todo dia me forjo

Nas brasas vivas de um relógio...

Do tempo da pedra bruta... Escuto

Perscruto no vento o meu instinto

E sinto sentimento diminuto

No coração pulsando então eu sinto...

O vento me trazer brisa passada

Tufão súbito à minha estrada

Auroras de esperanças em luz

Ou noites que à solidão me conduz...

Então eu vejo tudo que me levou

Pra perto, pra longe do que hoje sou

E o que me resta na estrada da vida?

Alguns espinhos em senda florida...

Até que os ponteiros do relógio

Não ardam mais tempo em brasas vivas...