A Raiva Por Escrever
Choro o fato da caneta reencontrar o papel
E não escrever o que um dia quis tanto que escrevesse
Amor e apenas a calma da harmonia
Ao invés da mesma interrogação pertinente
Pleonasmo é a palavra “mesma” em meus textos
Precocemente anexada de forma indesejada em minha vida
Na raiva de ter que escrever isso tudo de novo
Nas mãos doloridas de uma lista cansada
Como completar textos e acabar músicas depois de tanto tempo?
Como voltar sem saber se realmente quero escrever?
Como continuar vivendo se os fantasmas ainda assombram?
Como aprender a esquecer e gostar de você...?
As linhas e o azul ainda estão aqui
Teimando minha barriga, meus olhos, minhas mãos
Minha triste curiosidade e vontade de falar
E a repulsão maligna me faz... Escrever
Eu escrevo, pois preciso escrever, mesmo que não queira
Escrever o relato, o sentimento, o fato histórico
Poesia nada mais é o ato ou efeito do momento em que o coração pede pra falar
E da forma mais dolorosa e corriqueira, você sede este espaço, mesmo depois de meses
Pois as vezes para esquecer algo ou alguém, a melhor maneira é por pra fora logo
As vontades, dúvidas, raivas e conceitos
Mesmo que não seja pra ninguém
Mesmo que seja só pra você
Ainda espero o dia da explosão
Em que a jade vem e padroniza tudo
E haja pouco motivo pra escrever, se não a alegria
Não, isso não faria de meus textos a mesma chatice
Muito pelo contrário
Buscaria novos horizontes, análises, filosofias
Tudo gerado pela paz estável
Isso, se meu coração instável permitir
Ora se os pseudônimos não têm a mesma letra...!
Quero rir disso o quanto antes