A urgência do grito - a propósito do assédio moral
Há momentos
em que há uma urgência
para expressar o que sentimos,
que não devemos frear o instinto,
de não mais prender no peito
o grito tantas vezes reprimido
pela pressão no trabalho,
pelo assédio moral ou pelo medo.
Nestes momentos contudo
é preciso falar - não mais silenciar -
com elegância e firmeza,
com contundência e destreza,
Sem perder a noção de equilíbrio,
a sensatez é aliada de nossos valores
mais caros, de nossa ética e caráter,
ela não se subordina a lógica da hipocrisia
Nestes momentos devemos agir,
Com a consciência libertária
E entender que para combater
a sombra do carrasco
É preciso sabedoria
para não seguir pisando
no "falso" cadafalso
mantido por nossos medos
E ainda que possa
ser previsível
reação de iminente retaliação
e de prejuízo material
A nossa coragem de simplesmente dizer
"não", chega, acabou, etc.
será visível e alimentará o motor
da alma em nossas vidas.
[O assediador é como uma planta parasita em uma árvore, precisa dela viva para alimentar-se e estender suas garras e raízes, a morte (libertação) da planta parasitada é a sentença de sua própria morte.]
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 4-Nov-13.