Meu vizinho sem noção

A falta de noção protege ao ridículo,

Um piccolo de saber quedaria desnudo;

Tudo o que quer é ser feliz sendo bobo,

Probo, só acha quem orbita seu mundo...

A falta de noção é impulso ao seu salto,

O alto trampolim do mergulho imbecil;

Mil argumentos arrosta mui seguro,

Que o duro oponente inveja seu perfil...

A falta de noção é sua sobra de recurso

Qual urso detentor de muitas colmeias;

Ideias que copiou de um ídolo de pano,

Um mano de cérebro com igual diarreia...

A falta de noção o faz furtar meu espaço,

Faço ouvidos moucos, mas, dói o saco;

Fraco para sofrer o mau gosto alheio,

asno que não vê, ante o espelho opaco...

A falta de noção concentra no seu umbigo,

O trigo todo, girassol, ou mesmo alpiste;

Triste sina que leva o insipiente consigo,

Figo que ignora que outras plantas existem...