Ilusão viva

Invejo aqueles que morrem.

Não pelo fato de amargurar a vida,

Mas pela simples conferência do novo mundo.

Se é a dúvida que tempera o ciclo,

Que provenha do limão ou jurubeba.

De quando é bom não saber?

Desde nunca e tenho esperança.

De chegar lá ou cá,

E saber mais que os terráqueos,

Deve me abrir um sorriso bonito,

De não ter religião ou irmandade,

Nem entorpecente capaz de me mentir.

Invejo mesmo, sem recolher tristeza por irem,

E se assim insensível e frio cair bem,

Não me assossego e peleio por caridade,

Que não me magoe por mão ou boca,

Pois vida azeda e amarga

Já basta a de quem já foi.