MUSA SOFRIDA

Mulher que a vida escolheu,

para servir quem lhe queira.

De fato, a ninguém pertenceu,

seu corpo usa como bandeira.

Precisa se dar pra comer,

em qualquer cama ela deita.

Não sabe de amor ou prazer,

fingir é a sua receita.

Quando escolhida, agradece,

mais um que vai lhe usar.

No peito traz uma prece,

desesperança no olhar.

Sozinha, após mais um dia,

no espelho, a dor refletida.

Pra ela, minha poesia,

musa da rima sofrida.

Téo Diniz
Enviado por Téo Diniz em 29/10/2013
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