Dualidades

Quisera ser como o vento

Que chega e parte quando convém

Trazendo pouco, levando pouco

Tão calmo e belo é teu desdém

Mas somos chuva

Que demora a passar

E deixa rastros nos traços

O cheiro que demora a dispersar

Na pressa de conhecer

Encerramos o assunto

Inflamados por acontecer

Cruzamos caminhos à toa

Na ânsia de conceber rima

Fica na poeira a beleza do verso

E antes que se conte o conto

O que poderia ser é prólogo

Na pressa do toque

Restou a sina...

E é no pó do tempo

que ainda sinto

o abraço que não existiu,

a rima perdida na aurora

do sorriso que se abriu

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 28/10/2013
Reeditado em 11/11/2013
Código do texto: T4545815
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